M.C. Escher, Céu e água I, 1938. Tic tac O tempo escorre como água pelas mãos, já disse isso antes, e por que água, por que não a imagem mais utilizada, da areia na ampulheta? Semiótica a parte, o tempo vai, o grito continua aqui na minha garganta, machucando, preso querendo se libertar, querendo sair e ver o mundo. Não consigo me imaginar não saindo de um caixão, em um lugar empoeirado, do meu lado meus livros, minhas idéias, tudo tão antigo, e tudo ruindo, acabando, e eu mesma estou cheia de poeira, não consigo ver a verdade, fora das sombras dessa caverna, a velha alegoria. A velha busca, de ir além, persegue homens e mulheres desde os tempos mais remotos, a vontade de entender Deus, entender a nós próprios, desejo de estar perto dele. Megalomania. As vezes penso que Deus existe sim, existiu desde sempre mas é fruto da consciência, mas por que tenho tanto medo de dizer que as vezes não acredito que exista um Deus, mas (e tento me desculpar com Deus)isso passa e vej...