Eu sigo...



Cheia de vontades, tantas que se chocam,se debatem,
me descubro a cada olhar pra mim e para os outros,
estou escrita neles e eles em mim.
como um rio, os sentimentos vem em torrentes,
de fúria, de amor, de desejo, de vontade de ler tudo de uma só vez,
de aprender tudo de uma só vez,
como se algo dentro de mim quisesse por força se libertar, quisesse explodir.
não sigo regras, tento ser diferente, não me explico, as vezes acho que não sei falar.
enquanto isso, meu caminho é cortado por milhões de traços, milhões de pontos, ideias opostas.
luto contra as minhas idéias, luto pra criar minhas próprias motivações.
me pergunto mas porque mesmo comecei essa ideia,
por que mesmo fiz o que fiz.
passo reto, olhando pro horizonte, pra nossas mentes exteriorizadas,
pra tudo que se adapta ao nosso corpo, pra o que somos de verdade.
nossa bendita ergonomia, nossa hedonista ergonomia.
e entre o hedonismo e o questionamento eu sigo.
perdi a pretensão de saber o que quero fazer da vida.
Einstein já dizia que não tenho mesmo escolhas,
deixo ela fazer de mim, deixo a vida me levar, desfruto o caminho, desfruto o tempo.
já senti muitos gostos, já ganhei muitas coisas.
ganhar é comprar sem dinheiro, é pagar a prazo.
e entre ganhos e pagamentos eu sigo.
entre meu sol, meu ascendente, minha lua, eu sigo.
entre as coisas que não posso mudar e tudo o que quero descobrir, eu sigo.
minha eterna luta entre obedecer os desejos e renunciar a eles.
yin, yang,
e em meio a velha sabedoria oriental eu sigo,
obedecendo aos meus desejos e enquanto o fizer me mantenho viva.